terça-feira, 24 de julho de 2007

Porquê?

Quantas vezes, perante as adversidades da vida, nos perguntamos porque nos aconteceram? E quantas vezes, quando perseguimos um objectivo, nos perguntamos porque não o conseguimos atingir? São misteriosos os caminhos que o destino traça nas nossas vidas. Merecemos algo que não conseguimos, enquanto outros conseguem sem merecer. Porquê? No dia em que descobrirmos a resposta a esta pergunta seremos completamente felizes, e esse momento será nunca.

terça-feira, 17 de julho de 2007

O Fim da Linha

O comboio está a chegar ao destino. Pessoas entraram, pessoas saíram, poucas ficarão até ao fim da viagem. O futuro do comboio é tão negro como o fumo que sai da sua caldeira, mas isso não importa porque a sua missão está cumprida. Assim é a vida, ainda que não existam mais estações e apeadeiros, se a missão está cumprida não se deve prolongar a agonia de uma existência já sem sentido, há que esperar pelo fim da linha com a serenidade de uma velha árvore.

domingo, 8 de julho de 2007

Profissão e Emprego

Um homem, pescador de profissão, era pobre porque não tinha peixe para pescar durante a estação seca. Ao mesmo tempo, o ajudante do governante daquele sítio, filho do seu amigo, não precisava esforçar-se muito para conseguir um bom salário ao final da semana. Assim é a diferença entre profissão e emprego, o pescador voltará a ter peixes nas suas redes quando vier a monsão, mas quando o governo daquele sítio mudar, o ajudante do governante perderá o seu emprego, não terá uma profissão e será miserável.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

A Consciência dos Actos

Certo dia, à hora almoço numa cantina, estavam três pessoas no balcão para serem servidas. A primeira e a segunda pessoa pediram peixe. A terceira pessoa, que também queria peixe, não pode comê-lo porque tinha acabado. Pediu então outro prato. No final da refeição uma das pessoas que tinha comido peixe deixou-o quase intacto no prato. Se não ia comê-lo porque o pediu ou porque deixou que lhe servissem tal quantidade? Assim são muitas pessoas, mesmo não tirando qualquer proveito para si próprias, não têm consciência, nem se importam, se estão ou não a prejudicar alguém com os seus actos.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

A Sabedoria é Humildade

Chegou um viajante a um lugar em busca de um sábio. Um velho que por ali andava ofereceu-se gentilmente para guiar o forasteiro por aquelas paragens. O viajante aceitou e perguntou-lhe se sabia onde podia encontrar o sábio que procurava. O velho encolheu os ombros e disse que naquele lugar não conhecia nenhum sábio. O viajante agradeceu e partiu. No lugar seguinte disseram-lhe que o sábio que procurava vivia no sítio onde tinha estado e costumava oferecer ajuda aos viajantes perdidos. Assim são os verdadeiros sábios, não dizem ser sábios, são simples, gentis e humildes.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

A Riqueza das Pessoas

Grandes riquezas são desperdiçadas em coisas fúteis como bailes de gala, vestidos de uma noite e carros de luxo. No entanto, as coisas realmente importantes como um abraço, um sorriso, um pôr-do-sol ou uma caminhada pela montanha não custam dinheiro. Um acenar e um sorriso não custam nada mas revelam nobreza. Assim se vê a riqueza das pessoas, não pela fortuna que aparentam, mas pela felicidade desinteressada que partilham com os outros.

terça-feira, 26 de junho de 2007

O Silêncio não é Ignorância

Dois bandidos dedicavam-se a assaltar as casas de uma pequena aldeia. Os assaltos prolongaram-se por muito tempo e os dois patifes pensavam que, de tão espertos, ninguém os conseguiria descobrir. Os habitantes, apesar de saberem quem eram os assaltantes, mantinham-se em silêncio. Certo dia, de surpresa, os bandidos foram enforcados na praça pública. Assim acontece a quem pensa que engana o mundo, esquece-se que o silêncio não é ignorância.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

A Felicidade do Tolo

Certo dia chegou um tolo a um lugar. As gentes riam-se das suas tolices e, para que o imbecil repetisse as tonterias, davam-lhe de comer. Quanto mais o tolo comia, mais imbecilidades fazia, e mais se riam dele. O tolo pensava ser sempre o rei da festa e o mais amado dos habitantes daquele lugar. Mas chegou o tempo em que as gentes deixaram de lhe matar a fome. Assim é em todos os lugares, a felicidade do tolo é tão breve como os risos que provoca a sua tolice.

domingo, 24 de junho de 2007

O Sabor da Vitória

Dois homens regressaram a casa depois de terem atingido o cume do Evereste. Um tornou-se muito conhecido e popular mas era infeliz, o outro continuou anónimo mas feliz por ter atingido o objectivo da sua vida. No entanto, apenas o que permaneceu anónimo ficou na história por ter carregado o outro ao ombro até ao cimo da montanha. Assim é também na vida, só quem chega ao topo pelos seus próprios meios sente o verdadeiro sabor da vitória.

sábado, 23 de junho de 2007

O Reconhecimento do Mérito

Os fogos de artifício maravilharam os aldeões. Uma cana ainda a arder caiu no mato que logo pegou fogo. Um homem pobre sem família nem lar que vagueava pelo campo não hesitou e tirou o casaco, seu único agasalho nas noites ao relento, para apagar as labaredas. O herói da noite foi o lançador de foguetes. O mendigo que salvou a aldeia dormiu ao relento. Assim se reconhece o mérito, aplaude-se o fogo de vista.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

O Valor do Trabalho

Qual o trabalho que tem mais valor? O da formiga que constrói um formigueiro que ninguém vê ou o da aranha que constrói uma bela teia que está à vista de todos? A teia da aranha solitária que todos vêm e admiram é frágil e efémera. O formigueiro que ninguém vê nem admira abriga e protege as formigas trabalhadoras.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O Dom da Invisibilidade

Sentimo-nos muitas vezes invisíveis, como espectadores de um filme em que vivemos não fazendo parte do guião. Mas não devemos sentir por isso qualquer tristeza ou solidão, a invisibilidade é um dom. Ser invisível é como ter paz no meio de uma multidão em guerra.